Força Penal Nacional é autorizada a atuar no Conjunto Penal de Eunápolis após atentado contra diretor e fuga de 16 presos

Conjunto Penal de Eunápolis, no extremo sul da Bahia — Foto: Taisa Moura/TVSC
O Ministério da Justiça e Segurança Pública autorizou o emprego da Força Penal Nacional no Conjunto Penal de Eunápolis, no extremo sul da Bahia. A medida tem duração prevista de 30 dias e foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (28).
A operação foi definida como de “caráter episódico e planejado” e tem o objetivo de apoiar na gestão prisional, treinamento e capacitação, conforme o que determina a portaria assinada pelo ministro Ricardo Lewandowski.
Segundo o documento, o apoio logístico e a supervisão dos órgãos de administração penitenciária e de segurança pública ocorrerão de acordo com o convênio de cooperação firmado entre as partes, durante a vigência da portaria.
A portaria foi assinada pelo ministro após um motorista que trabalha no Conjunto Penal de Eunápolis ser baleado enquanto dirigia nas proximidades da unidade prisional, no dia 20 de maio.
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), a suspeita inicial aponta que o atentado teria como alvo o diretor Jorge Magno Alves, que não estava no veículo.
A Polícia Civil de Eunápolis detalhou que o crime ocorreu por volta das 17h40, na Avenida Alcides Lacerda, no bairro Arisvaldo Reis. Informações iniciais apontam que cinco homens encapuzados e com roupas camufladas usaram um armamento de grosso calibre, incluindo fuzis 7,62 mm e 5,56 mm, no veículo que geralmente era utilizado pelo gestor do presídio.
A vítima, mesmo ferida, conseguiu dirigir por alguns metros até ser socorrida por policiais militares. Ele foi encaminhado ao hospital, passou por cirurgia e está internado, sem risco de morte.
Testemunhas contaram ainda que após o ataque, os criminosos retornaram ao local e atiraram com um fuzil para o alto. A situação causou pânico nos moradores.
Prisão de suspeitos
Depois do ataque ao carro do motorista do presídio, cerca de 100 policiais das Forças Estaduais e Federais fizeram ações integradas com o objetivo de prender os autores do ataque.
As investigações indicaram que a ação foi coordenada por Ednaldo Pereira Souza, conhecido como “Dada”, chefe da facção criminosa Primeiro Comando de Eunápolis (PCE), atualmente ligada ao Comando Vermelho (CV). Ele foi um dos mandantes da fuga de 16 presos do conjunto penal da cidade, em dezembro de 2024.